"Americano não sabe jogar bola" é uma frase que
não pode ser dita há um certo tempo. Na terra do soccer, no mínimo, eles são
competentes. Souberam dominar a técnica básica, aprenderam a dinâmica do jogo e
absorveram caminhos táticos. O resultado é visível através do desempenho do
país nas competições dos últimos anos.
Ainda assim, a seleção americana deve ficar em seu devido
lugar - algo como o segundo escalão do futebol mundial -, pois não sabe e
talvez nunca saiba verdadeiramente o que é a cultura futebolística, essa coisa
que nasce e cresce dentro dos torcedores na América do Sul e na Europa.
O vídeo abaixo é a prova disso: construíram um placar
baseado em jogadas ensaiadas, consistência tática e eficiência técnica (a
jogada do segundo gol é uma aula de contra-ataque), mas não souberam segurar o
resultado apenas com aplicação e disciplina. Por mais que tenha sobrado
disposição atlética e até mesmo a garra patriótica norte-americana latente, faltou
aquele clichê do coração na ponta da chuteira, faltou peso na camisa e
malandragem futebolística.
A derrota os abalou. Viu-se pelos semblantes após a partida.
Bons jogadores como Dempsey e Donovan ficaram inconformados. Buscavam, imagino, entender o que havia acontecido ali dentro das quatro linhas que eles
juravam conhecer antes de ter pela frente onze caras usando camisas canarinho.
Sim, também acho que a Copa das Confederações não tem o
mesmo peso de uma Copa do Mundo e entendo a ideia de que a Seleção Brasileira
não fez mais que a obrigação ao conquistar aquele título. Afinal, nossa
arrogância é pentacampeã.
Hoje, porém, é só um amistoso. Assim como aquele primeiro
jogo pós-Copa da África em que saímos vitoriosos, não vale exatamente o orgulho
futebolístico brasileiro. Nesta quarta-feira, 30 de maio de 2012, com as
Olimpíadas batendo à porta, o que está novamente em jogo é a capacidade de Mano
Menezes de formar um grupo a partir do que Ney Franco conseguiu a frente da seleção sub-20. Isso, porém, é assunto para outra postagem...